sábado, 25 de setembro de 2010

Âncoras ou asas?

















O que você é?
Âncora ou asa?

Algumas pessoas são âncoras.
Algumas pessoas são asas.

Quando me vejo impossibilitada de falar tudo o que penso, o que criei como ideologia, o que me constroi a essência; tenho mãos amarradas, ar de doente, olhar de demente. Será que um dia vou acabar assim? Covarde nas decisões, amante nas coisas indefinidas e querendo compreender suicidas. Sem rumo, andando por aí podemos encontrar pessoas. Pessoas âncoras. Pessoas asas.

Pessoas âncoras estacionam nossa felicidade no lugar. Derrubam nossa fome. Destroem nossos sonhos. Inibem nossos pensamentos. Criticam nossa imaginação. Proíbem o destempero da vida e criam um arco-íris monocromático.

Pessoas asas são o vento. A cor. A luz. O amor. Sobem sem saber como chegaram no topo. Caem sem reclamar, porque descobrem que podem recomeçar. São livres de mãos dadas, criadoras e criaturas, são sintomas dos sonhos e não temem a morte.

Quem você é?

Com quem você convive?

Com quem você quer passar o resto da sua vida?

Às vezes não sei por que eu gosto da vida.
Qual o propósito de ser asa se preciso ver repetidamente um amor ancorado?

Queria poder soltar-te as amarras.

Mas sei que há uma coragem em ti que ultrapassa meu entendimento.

Que orgulho tenho de ti! De tuas palavras, de teu pensamento, de tua não corrupção.
Muito da vida se perde na espera. Vivemos no por enquanto.

Quem nasceu para ser asa não há como ancorar.

Eu te espero voar para meus braços.