sábado, 26 de fevereiro de 2011

Com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe!

Não é preciso ler o mito da caverna de Platão para saber que uma mesma situação pode ser percebida de diferentes formas pelas pessoas que a vivenciam. Depende da luz, depende do ângulo, depende da predisposição ao fogo. Depende da pedra, da pérola, da partitura, do baú de cada um. Um baú que nunca guardou um sopro, não saberá reconhecer a beleza dos acordes de Beethoven. Um baú que nunca sentiu a seda, não saberá deleitar-se sobre outra coisa que não seja o algodão. Cada um escolhe o que carregar em seu baú. Eu escolho carregar em meu baú o questionamento, o cheiro do vento, o direito de me expressar, o som da chuva, o respeito pela pele alheia, o aroma de café fresco, versos, coragem, paixão e vertigem. Tenho chorado bastante nos últimos dias. Somos semeadores que não escolhem as próprias sementes. Somos semeadores sem ferramentas, sem tato, sem jeito para o trato, para a lida da terra vida. Parecemos ignorar que uma semente é como uma melodia cantada por Holiday: nada pode interrompê-la e tudo pode aniquilá-la. Vi num filme que um homem deve uivar para a lua somente em três situações: quando encontra seu grande amor; quanto tem um filho e quando consegue o impossível. Por que você me dá tão pouco valor? O chão me torna real. Estranhar é o que me faz existir. Eu estranho meu sofrimento não te incomodar. Não te levantar. Não te fazer viver. Fé é toda certeza que dispensa provas. Seu silêncio me fez perder a fé.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

ESPERANÇA!














Depois de um tempo você descobre que sua vida não passa de uma farsa
Que tudo o que você fez ou faça
É tão somente para ser bem visto ou bem quisto pelos outros.

Descobre que sua necessidade de trabalhar 20h por dia
Nada mais é do que um pretexto para se esquivar da agonia
Da terrível e temível sensação
De não ser aceito
Não ser perfeito.

E o pior
Às vezes, você trabalha tanto
E não percebe que prefere trabalhar do que ficar perto de certas pessoas
Talvez até de você mesmo.

Descobre que alguns amigos estão ao seu lado
Não por carinho ou admiração
Mas porque você se esforça para ser especial
E porque eles podem lucrar algo por isso.

Descobre que algumas pessoas próximas não te conhecem
E não têm a menor ideia de quem você seja
Mas na verdade elas não têm culpa por isso
Pois foi você quem sempre fingiu ser o que não era.

Depois de um tempo você descobre que nada disso faz sentido
Mas como está distante de tudo o que realmente é importante,
Já não consegue voltar atrás!

E passa a viver os seus dias como um ser errante
A espera de "um milagre"!

E enquanto a cidade se agita
Eu agonizo
Tudo se perde
Sozinho no ninho
Você grita
E sente as dores de um parto que jamais aconteceu:
O seu!!!

É uma pena o amor não ser suficiente
Não o amor das carnes, o amor do meio-dia. Mas o amor pelo que se é.
O amor que aceita, conforta, o amor que é usina e ninho.
O amor que dá sentido às coisas e que ao invés de despir, oferta o melhor das roupas: a nossa própria pele, corpo, alma e coração.

Como todo bom artista que sabe a hora de deixar o palco
Eu parto.
Me parto em pedaços
E parto.
Me sinto minúscula
E parto.

Não se preocupe.

Você já me dá tão pouca importância

Que nem notará que eu parti.

As aparências são tão perfeitas
Porque o ator tem interpretado muito bem.

Eu nunca esperei por um "milagre"
Sempre tive coragem para criar um...

Talvez um dia você se arrependa da vida que não teve
Da vida que você matou em mim!