terça-feira, 25 de outubro de 2011

TATA, TE AMO.



Eu tive uma adolescência estranha. Perdida.
Não consegui encontrar exemplos - com exceção da minha irmã.
Ela não sabe, nunca falei, mas foi minha referência.
Meu orgulho. Tenho tanto amor por ela e hoje, depois de tantos anos, não consigui dizer-lhe isto. Sei que ela não sabe que eu queria parecer com ela. Que minha mãe queria, 
que meu pai queria  - e que isso me magoava muito, porque eu nunca conseguirira ser tão boa quanto ela.
O que ela não sabe é que eu não queria ser  - eu só a amava, só isso!
Eu a esperava chegar da escola (assistinto o Tempo e o Vento) daquela escola "Alcinas Dantas Feijão" em São Caetano. Esperava morrendo de sono, só pra ouvi-la chegar, encostar minha cama na dela e dormir pertinho. Era tudo o que eu queria. Acordar de manhã e comer pão torrado com manteiga. Ir para a pré-escola sendo levada por ela - "ela" - minha irmã. Sempre pulando e correndo segurando a sua mão. Todas as manhãs me levava para a escola. Escutá-la me defendendo contra minha mãe. Sempre achei que minha mãe gostava mais dela - mas como não gostar? Eu gostava mais dela do que de qualquer coisa no mundo? Ela, tão linda, não inteligente, me ensinando tudo. Ela era meu "herói"- sempre foi. Hoje ela está tão longe e eu sinto um amor tão grande por ela, uma saudade de dormir perto, de ser menina de novo e ter certeza que ninguém irá me magoar porque ela está lá. Eu tinha ciúmes dos seus namorados porque sabia que eles iriam tirá-la de mim. Não foram eles. Foi a vida. Eu mesma fui tirada de mim. E eu queria voltar. Queria ser livre de novo. Queria não amar ninguém além de você, minha tata. Você seguraria minha mão e me diria para não assistir mais àqueles filmes de terror, que eu era muito pequena. Pra ir brincar ou ler. Mas a vida é um filme de terror - não tem como desligar. Você já sabia de mim. Já sabia de tudo. Sabia quem eu era. Eu só queria que você tivesse me ensinado a doer menos, a acreditar menos e a esperar menos. Eu só queria encostar minha cama na sua de novo, só mais uma vez. E escutar o Tempo e o Vento de novo - talvez pra pedir para o Érico Veríssimo te colocar como personagem principal - porque você sempre foi meu personagem principal - mas que pelo destino da vida - teve de ir embora. Tata.....eu sinto falta da minha mãe e do meu pai que você sempre foi. Eu sinto falta de você me ouvir e acreditar em mim.
Eu te amo tata.
GUARDE PRA SEMPRE ISTO QUE TE ESCREVI.
QUALQUER LUGAR PARA ONDE EU FOR.

EU SEMPRE VOU TE AMAR TATA!
SEMPRE!

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