terça-feira, 1 de maio de 2012

ABISMAR-SE


(BARTHES, Roland. Fragmentos de um discurso amoroso).


"ADORÁVEL QUER DIZER: ESTE É MEU DESEJO, TANTO QUE ÚNICO".

Já me perguntei tantas vezes 'por quê?'. Por que ELE?
Explosão do SIM nietzscheano!

Chico Buarque conversou com este pensamento de Barthes.
"Eu te amo porque é você e você me ama porque sou eu. Simples assim."

Certo que me caem agora alguns detalhes...

Mas serão apenas o detalhes que povoam o amor?
O objeto único de nossa afeição deve ter alguma sutil elevação que nos faz escravos desta fascinação sem igual.

Descobrir esta sutil elevação poderia nos destituir desta fascinação e, então, deixar de amar? Ou amar mais ainda por conhecer e poder compreender o que nos torna tão apaixonados?

Fato é que todo ser humano deveria incansavelmente buscar esta elevação que só o amor carrega.
Mesmo que signifique incorrer ao choro, ao sofrimento e ao abismo. 
Abismar-se como lido anteriormente neste livro - "lufada de aniquilamento que atinge o sujeito apaixonado por desespero ou por excesso de satisfação".

Prefiro milhões de vezes me abismar do que ter uma vida neutra em que o silêncio e o abandono de uma manhã cinza e fria me penetre.

Abismar-se...

Abismar-se...

Um comentário:

Thay disse...

Também prefiro os abismos, os calafrios de morte e dor que a suposta perda de nossos amores nos causariam. Melhor viver em dor do que morrer no vazio. Abismar-se é sem dúvida viver, deveras.

Abraços daqui. :)