sábado, 22 de agosto de 2009

CONHECI MUITAS PESSOAS, MAS AINDA NÃO ENCONTREI COMPANHIA !


Mantenho sempre viva no coração a doce sensação de liberdade, sabendo que posso sair deste cárcere quando quiser.


"...que a vida humana é apenas um sonho já ocorreu a muita gente, e esta ideia também me persegue por toda parte. Quando vejo os limites que aprisionam a capacidade humana de ação e pesquisa; quando vejo que toda a atividade se esgota na satisfação de necessidades cujo único propósito é prolongar a nossa pobre existência e, também, que toda a tranquilidade em relação a certas questões não passa de uma resignação sonhadora, pois as paredes que nos aprisionam estão cobertas de formas coloridas e perspectivas luminosas...isso tudo...me deixa estupefado! Mais de pressentimentos e desejos que de raciocínios e forças vitais. E então, tudo flutua ante meus olhos, sorrio e sonhando penetro ainda mais neste mundo".














"Ela não vê, não sente que está preparando um veneno que vai aniquilar a ambos; e vou saborear com volúpia a taça em que ela me oferecer a ruína. De que me serve o ar de bondade com que quase sempre me olha...Quase sempre?..."

( Trechos retirados do livro "Os sofrimentos do Jovem Werther", de Johann Wolfang Goethe)

Eu sou Werther. Que livro!
Sempre que leio algum livro me vejo em alguma coisa deles. Depois passo para outro e outro...e por aí vai.
"Werther, com todo o vigor de sua
juventude, ousou morrer em nome do sentimento mais sublime e mais humano; mais harmônico e mais desestruturado; causa de nossas maiores felicidades e de nossos maiores sofrimentos.
O que foi concedido a toda a humanidade/ Quero usufruir em meu próprio ser".
Antigamente, quando alguém dizia para mim que eu sou única (ou na brincadeira que me fizeram e jogaram a forma fora) eu achava graça ou tomava até como um elogio.
Confesso que ultimamente isto está me preocupando. E se eu for um ser criado para usufruir eternamente da solidão?
Werther tomou a decisão final, o assassinato de si mesmo, pois não havia mais possibilidade de imaginar uma vida compartilhada com quem mais se ama.
Goethe no final da adolescência, certa vez afirmou: "Que sorte ter um coração alegre e livre! (...)
Talvez meu coração devesse perm
anecer alegre e livre para sempre.
O amor pode levar à destruição, a não ser que duas pessoas renunciem o peso da liberdade pela companhia verdadeira. Não a companhia puramente corporal, pois esta não me interessa - é uma consequência. Mas a companhia de alma. Talvez esta não exista, pois é a que mais as pessoas temem. Alguém que do outro lado te compreenda e te veja como realmente você é. Sem amarras ou máscaras.
Tem coisa mais apavorante e deliciosa do que isto?

Alguém me vê?????