sexta-feira, 2 de julho de 2010

Escrevi antes para ler agora.
















Escrevi este texto há um tempo atrás. É interessante como, às vezes, leio o que eu escrevi e me pergunto se algo mudou... escrevi sem saber para quem...hoje sei que já tinha um guardador, um dono.

Me pergunto por que eu tenho esse olhar para o mundo?
Para as pessoas...
Para os sentidos...
Por que tenho um olhar e não posso simplesmente ser como as ondas?

Seria tão mais fácil ir e vir...sem buscar tantos nomes para "isto"!
Me lembro de Julieta "Ah, Romeu, largue teu nome e seja apenas tu...o que é um nome? A rosa teria igual perfume se não se chamasse rosa?..."

Muito da vida se perde na espera. Vivemos no por enquanto...


Será que um dia eu descerei desta solidão?
...onde está você agora???...

Não me sinto mais sozinha depois DELE.


Eu quero...

Quero acordar do seu lado num domingo de manhã e saber que não temos hora para sair da cama.
E, depois, ir tomar café na padaria e ler o jornal com você.
Quero ouvir você me contar sobre o trabalho e falar detalhadamente de pessoas que eu não conheço, e nem vou conhecer, como se fossem meus velhos amigos.
Quero ver você me olhar entre um gole de café e outro, sem nada para dizer, e apenas sorrir antes de voltar a folhear novamente ou puxar um assunto para que eu sorria mais uma vez.
Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho de casa.
Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, tirar suas fotos ou arrumar as roupas esquecidas em cima da cama.
E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa.
Que me ame como se fosse o último dia, mesmo sabendo que nunca conseguiríamos nos afastar um do outro.
E que pergunte se eu quero ver um DVD mais tarde.
Quero tomar uma taça de vinho - Lambrusco - no fim do dia e deitar do seu lado na rede, na cama ou no chão olhando a lua e ouvindo você me contar histórias do passado.
Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele, mesmo sabendo que eu provavelmente ou talvez não estarei lá.
Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos juntos.
Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos e dos sonhos que buscaremos.
E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas, cheira suavemente meus cabelos e me beija o rosto.
Quero que você nunca perca de vista a música da sua existência, e que me prometa ter entendido que a felicidade não é um destino, mas a viagem.
E que, por isso, teremos sido felizes pelos vários domingos na cama e pelos sonhos que compartilhamos enquanto olhávamos a lua.
Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento.
Então, que não se arrependa.
Da gente.
Do que fomos.
Do que poderíamos ser.
De tudo o que vivemos.
Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos.
Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais.
E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida.
E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.
Que você nunca mais deixe de pensar em mim quando pensar em amor.
Que se lembre de que já vivemos e em cada uma destas vidas...fomos parte um do outro.
Que diga EU TE AMO tantas vezes e que a cada vez o som se torne diferente porque nosso amor somente aumenta.
E, por fim, que você continue a dançar na sala.
Para sempre.
Mesmo quando eu não estiver mais olhando !


"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música".
Friedrich Nietzsche

Aquele a quem eu AMAR escutará a música junto comigo.

MAS EU JÁ TE AMO.

VOCÊ SOU EU. EU SOU VOCÊ.

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